top of page

Como lidar com a frustração de não ter as suas expectativas atendidas?

Foto do escritor: InspiramorInspiramor

Atualizado: 6 de mai. de 2018

O que fazer quando a vida parece lhe trair?


Foto tirada por Beatriz durante a temporada com o mestre espiritual Sri Prem Baba na India.

A vida é como a música, ela tem contratempos, que para você passar de uma oitava para a outra existe um intervalo. Esse intervalo pode ser visto como os momentos mais desafiadores, de quebra de estruturas e de recomeços. Para passar de uma oitava para a outra e atravessar esse intervalo que a vida nos proporciona muitas vezes é preciso de um impulso extra. Esse impulso é para que aconteça uma renovação, uma quebra de padrões negativos, um despertar espiritual, um impulso para voltar ao caminho que se veio seguir nessa vida. As vezes o impulso se manifesta como um choque, para justamente nos desafiar a sair da zona de conforto que muitas vezes pode ser prejudicial a nossa caminhada evolutiva.


Os intervalos (contratempos) servem então para nos levar de um lugar a outro. De um estado mental/emocional/físico/espiritual a outro mais elevado. São ciclos de aprendizado que se fecham para que outros se iniciem, e precisamos passar por eles.


O maior desafio dessa lei natural da vida é que nos apegamos a ideias de como a vida deve nos tratar e do que nos faz feliz. Acreditamos que só seremos felizes com “aquele emprego”, com “aquele companheiro”, com “aquela forma de viver”, e nos colocamos prisioneiros de uma oitava. Se sairmos dela acreditamos ser o fim do mundo, um ato de ira da vida contra nós mesmos. Mas invalidamos, assim, a lei da vida que nos guia para o caminho da evolução e do despertar para o amor verdadeiro.


Nos apegamos a monotonia e não acreditamos conseguir viver sem ela. Até que a vida nos trás um contratempo e nos coloca em um lugar de intervalo. Muitas vezes são experimentados com decepção e dor, pois contraria as nossas expectativas e o nosso apego. Esquecemos que a vida as vezes nos trás incômodos divinos. São presentes para o nosso despertar. Nos recusamos a aceita-los pois acreditamos que chegou no endereço errado. Porém nada acontece sem uma razão específica. Tudo o que nos acontece está tentando nos impulsionar de volta para o caminho do amor e da luz. A vida, por mais difícil que seja de aceitar, é nossa melhor amiga.


Quando nos revoltamos com os intervalos da vida e dedicamos nossa energia tentando encontrar culpados, mergulhamos no poço da ignorância e provocamos mais raiva, angústia, dor, vingança, etc, e ficamos preso a um círculo vicioso difícil de sair. É como se fossemos puxados cada vez mais para lugares sombrios e de sofrimento. Mas somos nós que escolhemos nos jogar nesse poço sem fim. Tudo isso por termos uma crença muito forte dentro de nós que os contratempos são negativos e que precisamos nos defender deles, através da briga, da agressividade, da secura, da frieza, do orgulho, do ódio, etc.


Mesmo que não seja possível assistir ao desabamento da sua casa sem sentir frustração, pois ela é natural, podemos fazer desse processo um impulso para a nossa evolução. Enxergando que esse impulso e esse desabamento são bênçãos divina conspirando a nosso favor.


O exercício que a vida nos trás com os contratempos é aceitar a dor, acolher, trabalhar para integrá-la até que possamos seguir para uma nova oitava, um novo ciclo da vida que se apresenta para nós. É aceitar o fluxo e não nadar contra a correnteza, é enxergar a vida como nossa amiga, pois está trabalhando arduamente para ativar nossos potenciais adormecidos e nos fazer acessar dimensões da nossa alma que não tinham sido acessados.


O maior desafio dos contratempos é lidar com a tristeza que nasce da frustração. Na maioria dos casos queremos sair correndo dela e encontrar uma fuga a qualquer custo, mas muito provavelmente a cura está em justamente entrar na tristeza, acolher, mergulhar nas profundezas do ser, observar tudo o que emerge com ela. Sem cair na armadilha de se vingar e querer encontrar culpados, pois isso é apenas um mecanismo para não entrarmos em contato com a tristeza.


O contratempo nos deixa mais fragilizados, é natural, é preciso aprender a acolher essa fragilidade sem também cair na piedade de si mesmo, sem se ver como uma vítima da vida. Acolher a si mesmo até que você esteja pronto para entrar em um novo ciclo que a vida lhe apresentará.


Se ainda não se pode agradecer o intervalo, é porque a música ainda não acabou.


Aos poucos vamos aprendendo a olhar a tristeza e os desafios com os olhos do espirito e não mais com os olhos da mente condicionada apegada àquilo que ela acredita ser necessário ter para ser feliz.


É impossível se manter na presença e se conectar com o Eu divino que nos habita sem saber lidar com a frustração. Tendo consciência disso percebemos que a vida está nos impulsionando a aprender essa tarefa para chegarmos mais perto da essência do amor.


Estamos todos na mesma busca de ser feliz e se livrar do sofrimento. Alguns estão mais perto de chegar a felicidade genuína, alguns mais longes, alguns mais conscientes dessa busca, alguns completamente inconscientes dela. Mas estamos todos trilhando o mesmo caminho. Somos todos irmãos dessa jornada.


Por mais trabalhados que sejamos internamente a vida continuará nos trazendo desafios e nos levando para lugares mais profundos de nós mesmos. O trabalho nunca termina. Mas durante esse caminhar temos a chance de aprender a lidar melhor com as frustrações e não se perder mais nos círculos viciosos da dor. Essa é uma grande conquista. Os passos por essa trilha tornam-se muito mais prazerosos e podemos experimentar níveis muito mais elevados de consciência e amor.


Existe uma nova maneira de experimentar a vida e lidar com os contratempos. Talvez você nunca tenha pensado nisso antes, talvez tenha mais ainda não conseguiu colocar em prática. Esse é um constante exercício, não desanime. Assim como o médico precisa estudar anos para ganhar maestria no cuidado com o outro nós precisamos exercitar diariamente a nossa confiança e amor com a vida para que possamos nos tornar mestres de nós mesmos.


Estamos juntos nessa universidade da vida.


Com amor, Naiara Lofgren.

27 visualizações0 comentário

Comments


bottom of page