A jornada do falso para o real, do medo para o amor, da escuridão para a luz tem seus desafios. Os desafios são como mensageiros. Mas só podemos receber e decodificar a mensagem quando acolhemos os desafios e os enxergamos como oportunidades de crescimento e purificação. Para isso é preciso se fazer uma pergunta “O que é que esse desafio está querendo me dizer, o que é que eu preciso aprender e estou me recusando a compreender?”.
Cada etapa da nossa jornada tem os seus desafios, estamos experimentando diferentes casas do jogo da vida. Em cada casa desenvolvemos diferentes potenciais e temos diferentes necessidades de aprendizados. As vezes ficamos mais tempo em algumas casas e menos tempo em outras, depende das nossas habilidades em vivenciar os desafios que elas nos trazem. O principal desafio é encontrarmos a nossa auto responsabilidade com aquilo que nos acontece, sair do jogo de acusações que tenta encontrar algum culpado. Isso só nos faz perder mais tempo, energia, sabedoria e foco. O mais importante é entrar em contato consigo, com o seu mais íntimo, e buscar entender que parte em você está atraindo essa situação de dor. Quando você entrar no processo é também de muita ajuda saber dar um tempo para respirar e se distanciar um pouco dos processos da mente. Nós somos, em verdade, aquele que esta assistindo tudo isso acontecer. Nós precisamos fortalecer esse nosso Eu observador.
As vezes precisamos atravessar momentos muito difíceis na nossa caminhada, muito desafiadores. Ninguém quer ficar preso a elas, mas a maioria fica sem saber que está causando isso. Enquanto focamos em buscar algum culpado pelas nossas misérias perderemos mais tempo dentro dessa casa do jogo que se apresenta, e mais sofrimento experimentaremos. Mas se ao invés disso você procura enxergar a situação como um profundo processo de cura que está acontecendo, e que isso só está podendo acontecer porque você está maduro o suficiente para esse trabalho de purificação, a passagem por essa casa do jogo será muito mais rápida e menos dolorosa.
Quando você pede força para atravessar, amor para agradecer e entendimento para aceitar o divino incômodo você atravessa o desafio que está sendo apresentado muito mais harmoniosamente. Para isso é preciso de um pouco de fé e confiança.
Todos nós carregamos alguns vazios internos, e ele precisa ser preenchido de compreensão, gratidão e amor. Mas para conseguir preenche-lo é preciso disposição para entrar nele. As dores guardadas nesses vazios precisam ser acolhidas para serem integradas. Enquanto você as tira do campo da visão elas vão ganhando força, tamanho e descontroladamente vão se desmembrando em outros processos de desordem física, mental ou emocional.
O principal mecanismo de defesa é a negação. Então o primeiro passo é compreender que existe a escuridão, a sombra. E que ela precisa ser iluminada. Ela ganha luz quando começamos a mergulhar no processo da auto investigação, do auto conhecimento e dedicamos tempo a arte do auto cuidado.
Nós continuaremos caindo nos mesmos buracos enquanto se acredita que já superamos o passado apenas por evitar olhar para ele. É preciso aprender a lidar com os sentimentos suprimidos. Muitas vezes criamos uma máscara de frieza, secura e ela nada mais é do que um mecanismo de defesa para não ter que lidar com os sentimentos guardados. Acredita-se que não vai ser suportável entrar em contato com a raiz da dor, do problema e se evita se quer olhar para dentro e assim evita-se também sentir o amor. Quanto mais você negou e se amorteceu mais insensível você se tornou. As vezes você até chora, ri, mas não é de verdade, não toca o coração. Nós só conseguimos sentir compaixão de verdade quando sentimos empatia, e para poder sentir a empatia é preciso estar com o coração aberto sem armaduras. Se ele construiu um monte de barreiras para tentar não sentir dor, ele também automaticamente se fechou para o amor.
Quando você se entrega ao processo de voltar a sentir e a mergulhar nas profundezas do coração você começa a fazer acordos de paz com o passado. Ao fazer esse acordo de paz você se liberta do sofrimento original que está causando muitas outras dores no seu sistema. Ai você se torna capaz de olhar para o passado sem sair da presença e sem precisar fechar o coração.
Enquanto não conseguirmos fazer as pazes com o passado e quebrar as barreiras que nos separam de todas as partes que existem em nós, não conseguimos ser transparentes com o outro. Não conseguimos acolher o outro do jeito que ele é pois não conseguimos fazer isso com nós mesmos. Quando você consegue se aceitar e aceitar o outro acabam as guerras e não precisamos mais brigar para ganhar a razão em um ponto de vista.
Tudo aquilo que não curamos na nossa história será cutucado de alguma forma nos relacionamentos atuais. Aparecerão desafios que são como tapas em nossas feridas abertas. Serão ativadas partes doloridas em nós. Por isso a importância de olharmos para nós mesmos como a obra mais preciosa da vida e que precisa de mais atenção, cuidado e amor. Precisamos, em primeiro lugar, aprender a abrir o coração a nós mesmos. Quando você consegue fazer isso com você e com o outro, você está pronto para viver um relacionamento transparente e de um lugar de verdadeiro amor.
Se você ainda não encontrou a paz com o seu passado e consequentemente não vive relacionamentos puramente harmoniosos e sadios você também não consegue viver a mais plena conexão com a espiritualidade. Você vai projetar em Deus, ou qualquer outra palavra que prefira usar, suas dores e vai ter dificuldade em se entregar. Vai até mesmo poder usar a religiosidade e espiritualidade para fugir das suas dores.
Em algum momento da sua jornada você vai ter que lidar com o seu passado, com os desafios, com os sentimentos reprimidos. Isso naturalmente em algum momento vai acontecer, não temos como impedir esse processo por toda a eternidade. Nós temos duas escolhas a todo momento:
- Enxergar os desafios como pragas no caminho e buscar um culpado para isso.
Consequência: Gerar mais karma negativo e ficar preso ao círculo vicioso da dor.
- Aceitar os estranhos presentes divinos de coração aberto. Buscar em si as razões para tal encomenda mas sem auto julgamento e auto ódio. Ter tranquilidade para saber esperar, coragem para olhar para dentro, perseverança em continuar no caminho da transformação pessoal e disciplina para fazer o que precisa ser feito.
Consequência: Sair do círculo vicioso da dor, encontrar muito mais prazer em seguir jornada, despertar para um amor puro e incondicional por si mesmo e por toda a existência.
Qual caminho você vai escolher seguir?
Com amor, Naiara Lofgren.
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