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Porque repetimos padrões ancestrais e como curá-los.

Foto do escritor: InspiramorInspiramor

Atualizado: 5 de mai. de 2018



As feridas ancestrais não curadas, em algum grau definitivamente afetam a nossa vida de hoje. As vezes a ferida é tão profunda que encontramos uma dificuldade imensa em curá-la. Você faz um esforço gigantesco para eliminar alguns padrões, mudar hábitos, transcender determinadas dores, mas em algum momento você sempre volta para a mesma ferida. Por maior a força que você dedica a sua cura você é arrastado para determinados lugares que conscientemente não deseja estar e nem sabe como foi movido para lá novamente. Existem forças inconscientes te levando a esses lugares de dores ancestrais que você não quer ir. Esse é um trabalho de cura muito delicado e profundo. Existe um nó, uma ferida no nível da alma que faz com que você volte a esse lugar como tentativa para que esse nó seja desatado.


Você por exemplo não quer se sentir dependente, não quer sofrer, mas a vida acaba te levando para situações em que você experimenta a dor da dependência, do medo, da insegurança, etc. Enquanto esse nó não for olhado, estudado, sentido, ele continuará inconsciente. E por estar inconsciente acabaremos repetindo os mesmos padrões e atrairemos as mesmas situações e pessoas que nos levam a esse mesmo lugar de dor. Esse é o mecanismo da autoperpetuação. Você repete para tentar curar. Mas enquanto você não olhar para o passado, fizer um acordo e integrá-lo, a ferida não vai cicatrizar.


Quando você consegue entrar na dor da ferida, consegue verdadeiramente senti-la e se manter na presença, a ferida vai se dissolvendo. Mas as vezes o ato de entrar nesse momento da dor é tão aterrorizante que você cria mecanismos de defesa para não a sentir. Você encontra formas de amortecimento e quando o efeito passa você entra em estados de abstinência. Você não se sente preparado para olhar para dentro. Mas esse mecanismo é falho, pois mesmo que você tente fugir você acaba entrando de novo nas mesmas situações que te relembram a dor inicial. Da qual você muitas vezes nem tem ideia da sua origem.


Quando você começa a investigar os seus amortecedores, de fora para dentro, vai percebendo pouco a pouco que carregamos amortecedores bem mais sutis e difíceis de serem identificados, como muitas vezes o relacionamento. Muitas vezes mesmo você sendo maltratado você sustenta um relacionamento por se acreditar dependente do afeto do outro. Você se identifica com essa parte que mendiga afeto, mas se esquece que está sentado em cima de um baú de tesouro.


Nesse momento você precisa iniciar o processo de auto-observação, de investigação da sua própria história, desbravando os mistérios da alma e trazendo à consciência os nós que foram atados e os pactos de vingança que foram feitos no passado inconscientemente. Esse é o caminho inicial.


As vezes você já até fez todo esse trabalho de auto investigação, você já se conectou com a raiz da dor, já vu a sua criança ferida, já pode compreender, perdoar de verdade e mesmo assim ainda pode sentir o desconforto e a dor. Isso acontece porque tem coisas que estão além de nós. Existem nós kármicos, feridas ancestrais que levam mais tempo para serem curadas e você pode estar sendo um canal de cura para todos os seus antepassados.


A cura vem no momento em que você estiver maduro e preparado para ela, assim como os desafios também só vêm quando estamos maduros e preparados a eles.


O trabalho a ser feito é continuar se direcionando ao amor. A oração, o trabalho diário de purificação, a disciplina, o foco e a determinação em trilhar o caminho do bem, o trabalho de auto conhecimento são ferramentas essenciais para essa cura acontecer.


Seva, meditação, yoga, oração, conexão com a natureza, cuidado com o corpo, cuidado com o outro, devoção, são algumas das muitas práticas que podemos realizar nesse estágio da jornada. E no momento certo vem a libertação.


O processo da cura não podemos controlar, mas podemos fazer muito por ele. Purificando o nosso coração e limpando todo o nosso campo físico, mental, emocional e espiritual.


Muitas vezes no nosso processo da cura precisamos entrar em lugares de solidão. E desse lugar perceber que a ideia de solidão é apenas uma ilusão. Nunca estamos a só. Mas as vezes ficar sozinho te faz entrar na dor, te faz purificar, faz parte do processo da cura exorcizar essa ideia de que somos uma criança ferida e que dependemos do amor de fora.


Em alguns de nós a memória de carência é muito profunda por carregar um peso de toda a ancestralidade que sofreu do mesmo padrão e da mesma dor. Nos desidentificarmos desse padrão da personalidade é muitas vezes sentido como um rompimento com os nossos antepassados, como uma traição a nossa ancestralidade. Continuamos carregando os mesmos padrões por desconhecer a raiz original deles e simplesmente tomamos isso como parte da nossa identidade. Nos acreditamos ser assim, e não vamos além para ver a outra parte de luz e plenitude que está em nós e que é a nossa verdadeira essência. A identificação pode ser tão grande que criamos situações em nossas vidas de desamor para justamente comprovar e justificar a nossa carência. Nos acreditamos vítimas e queremos comprovar esse lugar que acreditamos estar e a personalidade que acreditamos ser.

Portanto busque conhecer a sua história, busque identificar os seus padrões, observar os momentos que te tiram do eixo, os relacionamentos que você atrai, e isso inclui qualquer tipo de relacionamento – familiar, de trabalho, de amigos, de casal. Junto dessa auto investigação busque o autocuidado como instrumento de purificação para poder enxergar a verdade.


Mesmo que a cura não esteja em nossas mãos podemos auxiliar e acelerar o caminho para que ela aconteça. É preciso unir confiança, entrega, fé e auto responsabilidade.

Não é preciso ser árduo, pode ser amoroso, gentil e respeitoso consigo. Encontre o equilíbrio entre auto responsabilidade e auto crítica e julgamento. Esse dois últimos são descartáveis e impedem o fluxo natural da cura. Tenho percebido cada vez mais a necessidade da auto aceitação nesse processo. Sem ela é impossível trilhar esse caminho com êxito.


Com amor, Naiara Lofgren.

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